18 outubro 2006

 

Portugal no seu melhor

Tenho pena que o meu país tenha tantas qualidades e tantos defeitos ao mesmo tempo.
Acho que só somos bons nas futilidades... tal como caixas multibanco, por exemplo. Parece parvoíce mas todos os portugueses nos queixamos de quão estúpidas elas são aqui na Bélgica. Mas por outro lado não nos importamos que os autocarros sejam de borla para estudantes, que todos os senhorios façam sempre contrato de arrendamento, ou ainda que o nosso cartão de estudante seja feito na hora...
Ando há um mês a tratar da questão das equivalências! Em Portugal sempre me disseram que não me preocupasse porque seria tudo tratado depois de eu chegar cá: vê-se!
Deveria ter tudo resolvido antes do dia 6 de Outubro... hoje já é 18!
Antes de vir disseram-me que até poderia fazer cá as cadeiras atrasadas e agora só me deixam fazer 4 em 7!!!
Estou triste e preocupada. É certo que depois de voltar ainda posso fazer 2 exames em Setembro. Mas a minha ideia era que fazer Erasmus supostamente fosse uma coisa positiva e não algo que me prejudicasse! Ninguém mais aqui está a ter estes problemas, aliás, quando os meus colegas de outros países me ouvem explicar o que se passa ficam parvos a olhar para mim! A responsável pelos estudantes Erasmus da minha faculdade cá até está com pena de mim e diz que compreende porque eu sou de Portugal e isto é normal!
Agora não posso fazer nada e espero que a experiência espectacular que estou a ter se sobreponha a estas questões, mas ás vezes é difícil ser portuguesa e ter orgulho nisso!

Comments:
Quando voltares a ter uma crise de identidade lembra-te deste artigo.

Destaque || Portugal vale a pena


Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade de
recém-nascidos do mundo, melhor que a média da União Europeia.

Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de
tecnologia de transformadores. Mas onde outra é líder mundial na produção de feltros para chapéus.

Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende para mais de meia centena de mercados. E que tem também outra
empresa que concebeu um sistema através do qual você pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.

Eu conheço um país que inventou um sistema biométrico de pagamentos nas bombas de gasolina e uma bilha de gás muito leve que já ganhou vários
prémios internacionais. E que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, onde se fazem operações que não é possível fazer na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos. Que fez mesmo uma revolução no sistema financeiro e tem as melhores agências bancárias da Europa (três bancos nos cinco primeiros).

Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de energia através das ondas do mar. E que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os clientes de toda a Europa por via informática.

Eu conheço um país que tem um conjunto de empresas que desenvolveram sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos a pequenas e médias empresas.

Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência. Ou que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das
auto-estradas. Ou que vai lançar um medicamento anti-epiléptico no mercado mundial. Ou que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça. Ou que produz um vinho que "bateu" em duas provas vários dos melhores vinhos espanhóis. E que conta já com um núcleo de várias empresas a trabalhar para A Agência Espacial Europeia. Ou que inventou e desenvolveu o melhor sistema
mundial de pagamentos de cartões pré-pagos para telemóveis. E que está a construir ou já construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pouco por todo o mundo.

O leitor, possivelmente, não reconhece neste País aquele em que vive - Portugal. Mas é verdade. Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.

Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Primavera Software, Critical Software, Out Systems, WeDo, Brisa, Bial, Grupo Amorim, Quinta do Monte d'Oiro, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Space Services. E, obviamente, Portugal Telecom Inovação. Mas também dos Grupos Pestana, Vila Galé, Porto Bay, BES Turismo e Amorim Turismo.

E depois há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, mas dirigidas por portugueses, trabalhando com técnicos portugueses, que há anos e anos obtêm grande sucesso junto das casasmãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal, McDonalds (que desenvolveu em Portugal um sistema em tempo real que permite saber quantas refeições e de que tipo são vendidas em cada estabelecimento da cadeia norte-americana).

É este o País em que também vivemos. É este o País de sucesso que convive com o País estatisticamente sempre na cauda da Europa, sempre com péssimos índices na educação, e com problemas na saúde, no ambiente, etc. Mas nós só falamos do País que está mal. Daquele que não acompanhou o progresso. Do que se atrasou em relação à média europeia.

Está na altura de olharmos para o que de muito bom temos feito. De nos orgulharmos disso. De mostrarmos ao mundo os nossos sucessos - e não invariavelmente o que não corre bem, acompanhado por uma fotografia de uma velhinha vestida de preto, puxando pela arreata um burro que, por sua vez,
puxa uma carroça cheia de palha. E ao mostrarmos ao mundo os nossos Sucessos, não só futebolísticos, colocamo-nos também na situação de levar muitos outros portugueses a tentarem replicar o que de bom se tem feito.

Porque, na verdade, se os maus exemplos são imitados, porque não hão-de os bons serem também seguidos?



Nicolau Santos, Director - adjunto do Jornal Expresso

In Revista Exportar


PS. Afinal os multibancos não assim tão má ideia e quanto `renda de casa está na altura das pessoas obrigarem os senhorios a fazer contratos ou denunciá-los às finanças... MAS ENFIM A CULPA SEMPRE HÁ DE MORRER SOLTEIRA.
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
Já sabia que ias comentar esta postagem!
Eu gosto muito do meu país mas é pena que falhe tanto em algumas coisas. Eu critico porque tenho razões de queixa e tenho pena que a imagem de Portugal seja tão má. E como diz a Teresa "só criticando é que isto anda para a frente"!
 
Comentário excluído

Esta postagem foi removida pelo autor.

Quinta-feira, 19 Outubro, 2006

MAS O QUE É ISTO, ONDE ESTÁ A LIBERDADE DE EXPRESSÃOOO??? :p
ATÉ JÁ SE ELIMINA COMENTÁRIOS??? :p
:p Just kiddinggg :p

(Mas vê lá, ainda acabas por não ser a primeira Presidente da Comissão Europeia)

Aqui vai uma curiosidade arquivada na minha pasta: " O meu Portugal":
Equipa da Universidade Nova assinou este mês acordo com a Samsung
Tecnologia que permite produzir ecrãs transparentes está a ser desenvolvida em Portugal
15.04.2006 - 09h53 António Granado

Imagine que o vidro da sua banheira, o pára-brisas do seu automóvel ou a folha transparente de acetato que usa regularmente são ecrãs. Não estamos a falar de sítios onde se projectam imagens, mas verdadeiros ecrãs que, uma vez desligados da corrente eléctrica, mantêm as propriedades de transparência a que está habituado. Por mais que olhe para os vidros não vê fios, nem percebe como é possível que eles acendam com o simples ligar e desligar de um botão.
 
Apesar de ter gostado imenso do artigo "postado" pelo suisso, aqui vai outro com que infelizmente tenho que concordar:

O problema de Portugal é que a crise é pouco grave. Os analistas e conversas de café repetem que estamos numa "crise profunda e séria, que nos acompanhará décadas". Mas infelizmente o que se passa é exactamente o contrário. As coisas, afinal, até não estão assim tão mal. É isso que é terrível. As condições não são duras. Pelo contrário, são moles. O que temos, de facto, não é uma crise, mas uma pasmaceira. Portugal não sofre de cancro ou tuberculose. É só obesidade.

Isso vê-se bem ao tomar atenção ao que, alegadamente, compõe a actual crise. Ao contrário do que se diz, não estamos numa recessão. Antes estivéssemos.

O que temos, há mais de três anos, é a economia estagnada. O produto flutua, não cresce, mas também não cai.

Numa queda, como dói, a economia reage, defende-se, incentiva-se a recuperar; a recessão limpa o sector produtivo, elimina ineficiências, aguça o engenho. Mas uma estagnação é pastosa, soporífera. Nessas ocasiões a economia não reage. Geme.

Fala-se muito da baixa produtividade, da ameaça da China, da decadência do têxtil. Mas as barreiras às importações permanecem, os subsídios vão chegando, e lá se vão remediando as coisas. No fim, são mais as vozes que as nozes e cá se vai andando. É verdade que o desemprego subiu. Mas ainda é inferior à última recessão e continua dos mais baixos da Europa. Além disso, quem o sofre são os desgraçados do costume, a quem a sociedade não liga. O desemprego não chega para criar problemas. Isso vê-se nas manifestações, que são, não dos desempregados, mas dos empregados.

Quem protesta com a crise não são os que sofrem a crise, mas os que têm rendimentos imunes aos efeitos dela. O que se ouve são funcionários, militares, professores, enfermeiros a gritar a indignação por "medidas intoleráveis", "cortes inaceitáveis" e "condições de miséria". Ao ouvi-los, parece que vão perder o emprego, passar fome, viver em bairros de lata. Mas a discussão é à volta de pormenores nas regalias e detalhes nas benesses. A retórica é de angústia; a realidade é de privilégio.

A contestação vira a crise do avesso. Portugal é o país da zona euro que mais gasta percentualmente em salários públicos. Como os serviços administrativos estão entre os piores da Europa, isso aponta para um criminoso desperdício no sector. O que seria de esperar era uma manifestação indignada da economia produtiva contra este peso paralisante da despesa pública. Mas a economia está mole. Assim, pelo contrário, quem protesta são as repartições, escolas, hospitais, que gastam milhões dos impostos dos pobres para mal cumprirem os seus deveres. E é o Governo que é atacado quanto tenta timidamente corrigir o terrível desequilíbrio.

O debate do novo Orçamento será a prova definitiva de que a crise, afinal, até nem é grave. Toda a gente fala já de sacrifícios, medidas corajosas, cortes dolorosos. E para o marasmo em que estamos até pode ser que sejam.

Mas se a crise fosse mesmo profunda, ver-se-ia como estas reduções são tímidas e curtas. Até a Europa amoleceu, permitindo-nos adiar a redução do défice. Tanto medo por tão pouco!
A fraca crise não impõe medidas drásticas, e lá se vão remediando as coisas. Como as despesas se dizem incompressíveis e as estruturas permanecem, a discussão fica-se por pormenores nas regalias e detalhes nas benesses. Está tudo aos gritos por coisa nenhuma. No fim de contas, é o OE que consagra o criminoso desperdício e o terrível desequilíbrio.

A única boa notícia, nesta apatia morna, é que se anda a dizer que a crise é profunda e séria e nos vai acompanhar décadas.

É verdade que, para muitos, este discurso negro é o pedantismo habitual e a tradicional melancolia. Mas, ao mesmo tempo, ele vai alarmando as pessoas e motivando a mudança.

É por isso que, apesar de tudo, se vão tomando medidas, se corrigem bloqueios, se chocalha o marasmo. Portugal não está em crise dura, mas ver os outros a crescer no espaço aberto assusta e estimula. Talvez assim esta pasmaceira não nos acompanhe décadas.


João César das Neves (Economista UCP)
 
Eu removi esses comentários porque sem querer inseri 2 vezes um texto (meu) incompleto. Aqui não há censura!
 
Infelizmente tenho de concordar com a Teresa e com o artigo de João César das Neves...É impressionante o número de pessoas que, estão a atravessar uma crise imensa continua a, todos os dias tomar o pequeno-almoço, almoço e café depois do jantar em cafés e tascas...

Em relação a função pública deixo aqui um post muito interessante retirado do blog de um amigo:


Principio do Servico Publico

Os funcionários encontram-se ao serviço exclusivo da comunidade e dos cidadãos, prevalecendo sempre o interesse público sobre os interesses particulares ou de grupo.


Principio da Legalidade

Os funcionáriosactuam em conformidade com os princípios constitucionais e de acordo com a lei e o direito.


Principio da Justica e Imparcialidade

Os funcionários, no exercício da sua actividade, devem tratar de forma justa e imparcial todos os cidadãos, actuando segundo rigorosos princípios de neutralidade.


Principio da Igualdade

Os funcionários não podem beneficiar ou prejudicar qualquer cidadãoem função da sua ascendência, sexo, raça, língua, convicções políticas, ideológicas ou religiosas, situação económica ou condição social.


Principio da Proporcionalidade

Os funcionários, no exercício da sua actividade, só podem exigir aos cidadãos o indispensável à realização da actividade administrativa.


Principio da Colaboracao e Boa Fe

Os funcionários, no exercício da sua actividade, devem colaborar com os cidadãos, segundo o princípio da Boa Fé, tendo em vista a realização do interesse da comunidade e fomentar a sua participação na realização da actividade administrativa.


Principio da Informacao e Qualidade

Os funcionários devem prestar informações e/ou esclarecimentosde forma clara, simples, cortês e rápida.


Principio da Lealdade

Os funcionários, no exercício da sua actividade, devem agir de forma leal, solidária e cooperante.


Principio da Integridade

Os funcionários regem-se segundo critérios de honestidade pessoal e de integridade de carácter.


Principio da Competencia e Responsabilidade

Os funcionários agem de forma responsável e competente, dedicada e crítica, empenhando-se na valorização profissional.


Fonte: DGAP
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

A Ary depois de Erasmus vai:
ás reuniões dos alcoólicos anónimos
passar o tempo no ginásio para acabar com a barriga de cerveja
fazer Erasmus para Coimbra
beber a Stella Artois que trouxe na bagagem
comer Bacalhau á Brás
  
Free polls from Pollhost.com
FALTAM: PARA EU ENTRAR NO AVIÃO!
Visitor Map
Create your own visitor map!